Aqui tem

Ju Sobral

Blog com informações, dicas e atualidades sobre a dança do ventre, Voltado para alunas, profissionais e curiosos

Wednesday, December 28, 2011

Para você....


meu filho, que me faz feliz a cada dia, o maior amor do mundo
meu marido, que suportou todas as minhas angústias, loucuras, desabafos e palhaçadas
minha família, que me ajuda um tantão sem nada em troca
minhas parceiras e meus parceiros de trabalho, que dividem comigo a batalha diária de nossa profissão
minhas alunas, que fornecem o gás para continuar a estudar e compartilhar conhecimento
meus amigos, que mesmo distantes me fazem lembrar todos os momentos que passamos juntos
meus admiradores, que me aplaudem mesmo que em silêncio

Obrigada pelo ano que passamos juntos, pelas realizações e conquistas, pelo apoio, por ajudarem a construir meu 2011.

Que o próximo seja próspero, positivo, iluminado, feliz, e cheio de amor!


Monday, December 19, 2011

Balanço Final - 2012


O ano está acabando, mas já estou de férias com a dança.
Meu primeiro semestre foi de erros e acertos (mais erros, é verdade), mas compensou pela experiência que me guiou para o segundo semestre.
Comecei o curso técnico no Shiva Nataraj.
Foi ótimo! Conheci muitas pessoas novas, fiz vários contatos bacanas e acrescentei a minha dança novas sensações, novo ritmo, novos sentidos. É só o começo.
Descobri que a Dança Cigana é muito divertida e, em certos momentos, até mais sensual que a dança do ventre. Não, não estou abandonando a dança do ventre. O jazz me deu força e flexibilidade para minha dança. 
Passei pela banca avaliadora do Restaurante Jaber e lá estou eu, integrando o casting e dançando com bailarinas maravilhosas. 
Participei do Festival Nacional Shimmie + BFD, sem dúvida um marco para mim: banca com os mais mais da dança, desfile de figurinos, concurso de beleza, workshops e espetáculo, pacote completo (leiam nos posts anteriores meu Diário de Bordo sobre cada um dos acontecimentos).
Esse também foi o semestre dos preparativos para o espetáculo de final de ano da escola onde dou aula, ou melhor dava....
É, eu tinha certeza que esse semestre fecharia o ano com chave de ouro, mas por um "acaso do destino", não foi bem assim.
Infelizmente, faltando pouco para o espetáculo, soube que a escola fecharia, a princípio temporariamente, sem previsão de volta.
É triste saber que o local onde você conviveu por tantos anos, fez tantas amizades, colheu frutos, investiu, não vai mais existir. É um falecimento, ao meu ver. Fiz de lá minha segunda casa, fiz das pessoas minha segunda família.
Por outro lado, começo a enxergar que talvez seja uma oportunidade para me jogar a novos rumos, novas direções, novos contatos, novas perspectivas. Realizar trabalhos diferentes, conhecer outras filosofias, conquistar mais espaço. Sim, acredito que 2012 será o ano das conquistas, para mim e para todas (os) nós!
Fecho meu ano e concluo que: nem tudo dura para sempre, mas aquilo que você agregou como experiência ficará impresso em você por uma eternidade.
Que venha o novo!






Friday, November 18, 2011

Belle Epoque - Esmeralda


Mais uma da série "Belle Epoque", dessa vez com a internacional Esmeralda!


Esmeralda


Integrar o casting "Bellydance" era: um marco para a pequena de 18 anos
Integrar o casting "Bellydance" é: uma realidade

Trabalhar como bailarina no exterior era: uma aventura sem prazo de validade
Trabalhar como bailarina no exterior é: uma experiência válida para sempre

A dança árabe antes de morar fora era: uma paixão
A dança árabe depois de morar fora é: um casamento bem sucedido

Queria voltar para: me salvar da saudade
Eu voltei para: aprender

Estudar Ballet Clássico ajudava: a ter disciplina, postura e manter minha juba escondida num coque
Estudar Ballet Clássico ajuda: a ser uma profissional cada vez melhor

Meus figurinos de dança eram: roupas mágicas de miçangas e canutilhos
Meus figurinos de dança são: minha segunda pele com muito cristal

Criar um sapato em parceria com a Capézio era: um atrevimento
Criar um sapato em parceria com a Capézio é: uma batalha diária

Reeducar a dança era: uma audácia
Reeducar a dança é: uma questão de paciência

O Projeto DancEsmeralda® era: uma sementinha
O Projeto DancEsmeralda® é: um sucesso!

10 anos atrás eu era: uma Bailoca em construção
Hoje eu sou: uma Bailoca em eterna lapidação




Mais informações em: http://www.dancesmeralda.com.br/pt/








Monday, November 07, 2011

Diário de Bordo - Festival Nacional Shimmie + BFD - Concurso "Divas"



Sábado, 15 de outubro de 2011
Ainda no Hotel Blue Tree Towers Faria Lima
Previsão de início do concurso: 18:00 horas


Ainda era frio e chuvoso lá fora, mas dentro do Hotel era só calor.
Eu não sentia, mas estava cansada depois da maratona da parte da manhã. Na verdade, era melhor não sentir nada mesmo, afinal ainda tinha uma longa jornada pela frente.
O Concurso "Divas" tinha como proposta escolher entre as candidatas aquela que melhor representasse o estilo Diva-de-ser.
Me inscrevi no concurso com o intuito de aparecer. Queria me jogar mesmo. Não tinha a intenção de ganhar. Queria entrar lá, fazer parte daquele mundo, conhecer pessoas novas, me divertir, tirar uma onda.
Durante a semana do evento recebemos emails da organizadora (a linda Najla Hayek) pedindo informações sobre nós: altura, peso, idade, cor de olhos e cabelos, etc.
Até aí tudo bem. Até que recebi email com um questionário que seria lido enquanto desfilávamos. Daí pensei: pronto, vai ser mais divertido do que eu pensava, vai ser bem "miss".
Bom, uma hora antes do evento, nos concentramos numa das suítes do hotel e lá nos conhecemos, trocamos algumas figurinhas, ensaiamos, experimentamos as roupas.
Nos maquiamos e descemos para o lobby aguardando nossa entrada.
Vestíamos um macacão da Tetê e desfilamos com seus véus com a trilha "Dadivosa" de Ana Carolina. enquanto isso, Najla nos apresentava ao público e juri seleto.
Em tempo: assim como no 20Ver, apenas 6 meninas se aventuraram nessa. Uma pena....
Saímos do palco e rapidamente nos trocamos para o desfile da Simone Galassi. Cada uma teve um figurino escolhido a dedo. Um luxo!
Desfilamos e ficamos no palco para as perguntas dos jurados. Bem "Miss" mesmo!
Minha pergunta foi sobre a mudança de meu corpo desde que comecei a praticar dança do ventre. Achei tranquilo e respondi bem "Miss".
Aguardamos todo o show de gala para recebermos os resultados.
Tchan, tchan, tchan, tchan......!!!!!!!
Terceiro Lugar: Shaina Nur!
Clap, clap, clap.
Segundo Lugar: Ju Sobral! (eu mesma)
Clap, clap, clap
Primeiro Lugar: Yasmin!
Clap, clap, clap
Nunca me diverti tanto, nunca pude entrar tanto num personagem como dessa vez, nunca fui tão querida, nunca me senti tão linda...rs
Fiz amizades novas, ainda colho os frutos dessa competição. Fiz sucesso! Eu sou sucesso! rs
Ainda mantemos contatos, trocamos idéias e compartilhamos as alegrias e infortúnios de nossa profissão. Isso é o que de melhor poderia acontecer.
Shimmie, Simone e Najla: tem que fazer todo o ano!
Se eu vou concorrer de novo?
Acho que não, acho que esse papel só me coube uma vez, e foi essa. Aliás, muito bem aproveitada.








Tuesday, November 01, 2011

Diário de Bordo - Festival Nacional Shimmie + BFD - Workshops


Sábado, 15 de outubro de 2011
Chegada no Hotel Blue Tree Towers Faria Lima: 08:00 horas


Observou bem a hora de chegada?
Pois é.
Cheguei em casa 1:00 hora da manhã depois de muito ensaio e um jantar delicioso com o Corpo de Baile, Tarik, Lulu e Farida.
Estava exausta, mas me concentrei para o dia que viria.
Despertador a postos, dormi e tive a sensação de acordar depois de um suspiro.
O workshop tinha acabado de começar: Lulu Sabongi - Técnicas de Improviso
Fiquei absolutamente satisfeita, entre outros motivos, porque ela falou e ensinou exatamente o que tinha observado em minha dança na noite anterior.
Lulu é clara e objetiva quando fala. Demonstra segurança e conhecimento. É uma mestra.
Na sequência, fiz o workshop com a incrível Farida Fahmy - Técnicas atuais. Meu primeiro work internacional.
Que delícia, que delicadeza. Quanta generosidade. Quanta classe.
Foi nesse work que aprendi novas maneiras de abordagem para os movimentos ondulatórios. Tudo muito sutil, mas com muito sentido. Amei!
Ah, no dia seguinte, ainda tive o prazer de fazer o work sobre Muwashahat. Esplêndido! Ela passou uma sequência completa e ainda nos foi permitido gravar para estudar depois. Comprei o cd, que aliás é lindo!
As aulas foram ótimas, as mestras são sensacionais, mas vou dar meu aval final:
Eu achei que já tinha visto de tudo, mas as alunas de workshop chegaram a me dar medo.
Eu frequento show de rock, já fiz bastante tietagem, mas "peraí"!
Se eu estivesse dando a aula ficaria constrangida.
É um empurra-empurra.
Quem está para trás não consegue ver nada (tivemos que trocar as linhas várias vezes).
As pessoas se amontoam nas professoras e umas nas outras.
Credo!!
Tem momentos que parece o fim do mundo.
Onde estão as pessoas civilizadas?
Falta um pouco de educação e solidariedade né pessoal?
Bom, tirando essa parte "trash", foi tudo perfeito e proveitoso.
Na verdade, foi uma amarração para meu dia anterior. Tudo caiu como uma luva...












Wednesday, October 19, 2011

Diário de Bordo - Festival Nacional Shimmie + BFD - 20Ver


Sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Chegada no Hotel Blue Tree Towers Faria Lima: 17:00 horas

O dia era nublado com perspectiva de chuva.
Eu, ansiosa e eufórica pelos próximos acontecimentos.
O 20Ver tinha como proposta formar uma banca avaliadora que assistiria uma bailarina por vez e após a apresentação conversaria individualmente sobre seus pontos fortes e aqueles que precisariam de melhoras.
Uns 15 dias antes do evento cada uma recebeu em casa um cd com 20 músicas (clássicas) que deveriam ser estudadas e seriam sorteadas minutos antes da apresentação. Ninguém sabia qual música ia dançar.
Resolvi me inscrever no 20Ver primeiro porque não se tratava de concurso, depois, porque estava atrás de direcionamento para meus estudos: queria saber para onde ir, o que precisa melhorar, uma consultoria mesmo.
Bom, me arrumei no hotel e me juntei as outras 6 meninas (sim, só 6) aguardando a minha vez.
Todas pareciam tranquilas, com um ou outro momento mais tenso, mas nada de mais.
Música sorteada: Talisman ou Talismã.
Fiquei mais sossegada, já tinha dançado uma ou duas vezes a música e ela não era das mais longas, tinha 5 minutos e alguns segundos.
Entrei na sala e lá estavam: Lulu Sabongi, Farida Fahmy, Aziza, Kahina e Tarik (nessa ordem) sentados numa mesa redonda de toalhas brancas, prontos para me ver dançar.
Dancei.
Nunca dancei tão rápido. Nunca dancei tão cega. Nunca dancei para público tão notável.
Ao terminar, minha sensação era de êxtase misturado com missão cumprida.
Sabia que não tinha feito meu melhor, mas estava satisfeita por ter passado por aquilo.
Sentei à mesa com eles e Lulu Sabongi, super atenciosa e feliz por estar fazendo aquilo, em nome de todos, falou comigo: em suma sobre minha leitura do taksim, sobre a pouca utilização dos arredondados, sobre a expressão. E eu lá: em êxtase.
Em seguida, Farida Fahmy, uma mulher incrível, chique, classuda e sem dúvida digna de toda a admiração que recebe, falou diretamente comigo em inglês traduzido por Lulu: que tem observado como todas nós dançamos parecido (sic). E eu lá: em êxtase.
Agradeci a todos, sai e permaneci uns 15 minutos ainda em êxtase.
Tomei um chopp no bar do hotel e relaxei. estava feliz da vida!
Recebi todas as avaliações por escrito, tirei fotos, bebi mais um chopp, missão cumprida.
Sem dúvida foi a melhor coisa que eu fiz para minha vida dançante ter participado disso. É inexplicável a sensação de ter a sua frente pessoas que admira, nas quais se espelha, que possuem conhecimento absurdo da arte e que, acima de tudo, te tratam como iguais.
Fui feliz e ainda sinto felicidade em mim.  





Friday, September 30, 2011

Meus progressos


Como sabem, faço o Curso Técnico em Dança na escola Shiva Nataraj.
Além das aulas teóricas e dirigidas, teremos avaliação técnica periódica em três modalidades: uma escolhida para especialização e outras duas à critério do aluno.
Eu pratico jazz e dança cigana e também serei avaliada nessas. Contarei quando fizer.
Semana passada fiz minha primeira: danças árabes.
É incrível como dançar por si só não funciona.
Para que se chegue num resultado positivo várias coisas devem trabalhar em conjunto: corpo, mente e espirito.
É por isso que além da prática na dança estudamos:
Administração: porque eu tive que me organizar para que a prova acontecesse;
Criação Coreográfica: para me tornar criativa;
Preparação Física: para aguentar o pique; e
Consciência Corporal: para saber utilizar meu corpo aliado a minha mente.
O espírito? Ah, o espírito se regojiza com o esforço e conclusão, está satisfeitíssimo!
Garanto que minha dança sofreu evolução considerável e que meu patamar de qualidade subiu, com louvor.
Fui avaliada pela Profª Kelly Obara (coordenadora da especialização em danças árabes) e foi super bacana o resultado: meu deu um notão, parabéns e várias dicas super legais.
Minha meta é levar um 10,00 , mas achei bonito o 9,5.............


PS.: em outubro passarei por outra avaliação só com gente fera, conto depois.


Friday, September 23, 2011

Bailarina Digital


Oi pessoal!

Ganhei mais um selo!
Segue o link de minha entrevista para o blog Marketing para Bailarinas:

http://marketingparabailarinas.blogspot.com/2011/08/bailarina-digital-ju-sobral.html


Obrigada Vanessa Veiga pelo apoio e convite mais que especial!


Monday, September 12, 2011

Desenvolvimento de Espetáculo - Da Criação Coreográfica


Desde que iniciei meus estudos no Curso Técnico em Dança muito já mudou em minha dança, em especial no que diz respeito à criação coreográfica.
Me lembro de minha primeira coreografia: era simples, com pouco repertório; limpa, mas singela.
Com o passar do tempo, houve evolução criativa, mas ainda tímida.
Percebi novas possibilidades e comecei a transpor a barreira entre somente técnica e técnica com inspiração. Mas foi só o começo.
Acabo de terminar uma das coreografias que minhas alunas apresentarão no espetáculo de final de ano da escola onde dou aulas e, posso garantir: me superei! Em tempo e qualidade.
Não só eu, mas as alunas também. 
Ficou muito mais interessante, mais expressiva, consegui colocar dentro da proposta do tema e todas conseguiram acompanhar minha evolução, evoluindo também.
Durante as aulas no curso técnico, aprendi várias maneiras de utilizar minha personalidade na criação coreográfica.
Lá, aprendo dicas e estudo coreógrafos importantes em todas as modalidades.
Mas o que significa coreografia?
Do grego: coreo= dança + grafia=escrita.
É a arte de compor um roteiro de movimentos que compõem uma dança.
Mas não deve ser matemático assim. Afinal, é uma arte.
Precisa ser um conjunto de emoções, técnica e história. Precisa fazer sentido e cativar quem assiste.
E eu acho que finalmente consegui!

Friday, August 26, 2011

Sobre participar de Processo Seletivo



Recentemente participei de um processo seletivo para integrar o casting de bailarinas de um restaurante.
Mas não foi meu primeiro "processo", e posso garantir: todos são "dolorosos".
Quando eu tinha uma "vida normal" participei de várias seleções para estágios e empregos, alguns bem chatos, outros demorados e outros, bem, outros bem ruins, no sentido de serem mal feitos.
Enquanto bailarina, experimentei alguns processos seletivos e fui bem sucedida em uns, outros não. Da mesma forma, uns foram chatos, outros demorados e outros eu prefiro nem comentar.
O que difere os dois tipos, basicamente, é a exposição. Sim, porque aqui não basta mandar um currículo bom, cheio de cursos, boa faculdade e trabalhos consideráveis. Outras coisas são envolvidas.
Também encaminhamos currículos, mas é a prova prática, a meu ver, a mais massacrante.
Envolve não só técnica, mas presença de palco e espírito, roupa, maquiagem, cabelo, mãos e pés. Mas isso é parte da vaidade.
Além disso, envolve carisma, educação, postura, ética e humildade. Tudo isso é parte da educação. E conta muito.
Depois que seu currículo é aprovado você se prepara, escolhe a música, ensaia. Escolhe a roupa, prova. Anota na agenda e vai.
Chega lá e se depara com bailarinas de renome, super boas tecnicamente, algumas conhecidas e outras surpresas. E diz: meu mundo caiu (para não dizer outra coisa).
Faz o que sabe fazer e espera pelo resultado, um martírio.
Daí, no dia que sai o resultado pede para alguém olhar para você, pois não tem coragem. Como somos negativas.
E fica feliz, pois passou!!
Ou, e fica feliz, pois não passou, mas recebeu várias dicas sobre o que fazer para ir melhor no próximo. Ganhou uma consultoria.
Sobre esse último, eu vou dizer: atormentei meu marido, meu filho e meus pais. Passei dias de apreensão. Não conseguia nem falar com minha chefe, e precisava....
Passar nesse último era tudo ou nada para mim (que bobagem), queria a todo custo ser selecionada, pois daí viriam várias oportunidades, meus rumos seriam mais certeiros.
Hoje, mais calmamente, percebo que sou capaz de alcançar meus objetivos, pois sou competente, trabalho direitinho, respeito meus colegas de profissão e evolui profissionalmente, então por que não conseguiria??
Todo mundo tem direito a um lugar ao Sol, então corre atrás do seu!









Friday, August 19, 2011

Vergonha


Eu não deveria, mas ainda me surpreendo com algumas coisas.
O que verão a seguir é uma afronta ao trabalho sério e profissional.
Eu tenho vergonha, mas ainda assim vou compartilhar minha indignação.
Não conheço e é pouco provável que chegue a conhecer qualquer uma das partes envolvidas no vídeo, de qualquer forma, registro que não sei quem é pior: a "professora" por ter submetido a "aluna" nesse embaraço ou a "aluna" por ter permitido a postagem do vídeo (vejam a quantidade de visualizações). Segue:


É de doer. Eu não vejo graça nenhuma.
Tenho o maior cuidado e carinho com aquelas que me procuram para dar aula, me preocupo com elas dentro e fora da sala de aula.
Mantenho-me atualizada para não cometer erros grosseiros. 
Vamos estudar e nos preparar melhor para as aulas, que tal?
Só assim seremos profissionais dignos e nossas (os) alunas (os) sentirão orgulho em mostrar ao mundo como são felizes e amadas.

Wednesday, August 10, 2011

Mahmoud Reda e sua Troupe



Mahmoud Reda é considerado o "pai" do folclore árabe, uma lenda no meio artístico. O pioneiro da dança-teatro no Egito. Co-fundador da Reda Troupe.
Pode-se considerar que foi ele quem introduziu as técnicas de Ballet Clássico nas danças árabes, em especial no folclore. Também utilizava princípios de jazz, dança hindu e folclore russo.
Nascido em 18 de março de 1930 no Cairo, Egito, em família de classe média-alta; seu pai era autor e bibliotecário-chefe da Universidade do Cairo e, com sua esposa criou uma família que viveu cercada de cultura e em sintonia com o modernismo que varria o Egito na época.
Cultuavam o atletismo e tinham dons musicais. Esse ambiente no qual Mahmoud foi criado foi essencial na promoção de suas tendências artísticas, além de seus atributos físicos, que ajudaram ainda mais suas habilidades como bailarino.
Curiosidade sobre Mahmoud: participou dos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, representando o Egito na ginástica, após ter ganhado medalha de ouro em campeonato realizado na Alexandria.
Mahmoud formou-se em comércio na Universidade do Cairo. De 1982 a 1990 foi Subsecretário de Estado do Ministério da Cultura.
Coreógrafo e solista em diversas produções, fez turnê em mais de 60 países, tocando nos palcos mais prestigiados do mundo. Também foi ator principal, bailarino e coreógrafo em diversos filmes egípcios. Chegou a ser comparado a Gene Kelly e Fred Astaire.
Entre os locais de suas apresentações podemos citar: Carnegie Hall (USA), Albert Hall (UK), Congress Hall (Germany), Stanilawisky e Gorky Theaters (URSS), Olympia (France) e United Nations (Geneve).
Abaixo, vídeo que ilustra a inserção do ballet clássico na dança árabe. Destaque para os giros e piruetas:



É importante ressaltar que a Reda Troupe começou com um negócio familiar, a partir do casamento entre as família Reda e Fahmy e seu interesse comum pela dança e tradição egípcia.
Mahmoud se casou com a irmã de Farida Fahmy e essa por sua vez se casou com seu irmão, Ali.
Mahmoud foi bailarino principal até 1972. Ensinou os dançarinos e coreografou e dirigiu todas as performances de palco. Com suas coreografias inovadoras, criou um gênero de dança que abraçou muitos estilos. Farida foi bailarina principal por 25 anos. Ela foi um modelo para os bailarinos contratados e sua graça e elegância logo conquistaram os corações dos egípcios.
Em meados de 1970, ela começou a desenhar os figurinos das produções.
Os co-fundadores reuniram seus fundos e com orçamento pequeno realizaram a primeira apresentação em 1959. A Troupe era composta por 6 bailarinas, 6 dançarinos e 12 músicos. A partir de 1961 o grupo foi colocado sob os auspícios do Ministério da Cultura.
Somente a partir de 1970 que reuniram 150 membros entre bailarinos, músicos e técnicos de palco e figurino. O repertório inclui mais de 150 danças que variam entre duetos e trios de damas, interagindo com mais de 30 bailarinos no palco ao mesmo tempo.
Ali Reda, irmão de Mahmoud, sempre foi um homem experiente no show business. Aos 16 anos já ganhava prêmios em concursos de dança de salão, em competições populares na época, como o swing. Mais tarde voltou sua carreira para o cinema. Nos anos de formação do grupo, Ali funcionou como conselheiro artístico e participou de todos os problemas administrativos e gerenciais. Dirigiu dois filmes do gênero comédia musical para a Reda Troupe. Esses filmes são considerados marco na historia do cinema egípcio e são mostrados até hoje na TV.
Observamos que seu trabalho moldurou e influenciou o que hoje é conhecido por dança oriental, sendo certo que muitos nomes da dança foram inspirados por ele: Raqia Hassan, Momo Kadous, Mo Geddawi e Yosry Sherif, entre outros.
Farida encerrou sua carreira na dança em 1983, continuando apenas com seus estudos acadêmicos. A Troupe foi deixada posteriormente nas mãos de outros membros, que não possuiam os mesmos talentos artísticos e de direção.
Todos os professores que surgiram não conseguiram produzir nada de notável e inovador até hoje, e seus estilos somente perpetuam o estilo Reda de técnicas e métodos de ensino.
O talento e a criatividade artísticas dos principais artistas da Troupe deixaram uma herança de dança teatral, cuja rica fonte é utilizada por vários professores e coreógrafos.
Aqui, inseri vídeo da coreografia Muwashahat, remontada por Lulu Sabongi. A dança é pura poesia e descreve a riqueza de movimentos, a bela leitura musical e criatividade imbatíveis de Mahmoud, vastamente encontradas em seus trabalhos:



Reproduzo aqui texto enviado por Lulu Sabongi sobre a dança Muwashahat, encontrada no blog da Bailarina Sasha Holtz (http://sashaholtz.blogspot.com/2010/03/tributo-farida-fahmy_21.html):



“Muwashahat Raqisah
Muwashahat é uma sofisticada forma musical que inclui vocalização e prolongados padrões rítmicos. Este gênero musical se originou na Espanha Islâmica durante o século dez.
Há uma descrição por Al Faruqi em seu artigo, a tradição andaluz, como um poema estrófico apresentado com música, consistindo de repetidos retornos a uma mesma estrofe como um refrão musical.
Jihad Racy escreveu que “é aceito comumente que esta forma musical foi introduzida no Egito por um músico vindo de Aleppo na Syria no final do século XVII. Este estilo se manteve muito presente na cultural musical do Egito até os primeiros anos do século XX.”
Em 1979 Mahmoud Redá produziu para a tv, oito peças de dança. Elas foram coreografadas para as composições de Fuad Abdel Magid, um músico que introduziu uma nova abordagem para este gênero clássico de musica. Estas danças foram apresentadas no palco pela primeira vez no Cairo em 1980.
Na moderna interpretação deste gênero, os intrincados e numerosos ritmos foram trocados por outros mais curtos e mais dinâmicos em seus padrões. Enquanto a forma essencial permanecia intacta, instrumentos ocidentais eram adicionados, juntamente com uma harmonia simples e o contraponto. As letras dos poemas reeditados ainda retinham o idioma clássico e a metafórica forma descritiva da poesia mowashahat.
Ali Redá diz que “os significados e imagens evocados são intricadamente tecidos na estrutura dos poemas, como um laço bem dado, o que é de fato pertinente ao significado da palavra muwashahat.na língua árabe.
A coreografia destas peças foi a extensão de um trabalho criativo sem precedentes de Mahmoud Redá. A forma musical deste gênero, com seus variados padrões rítmicos, deu a ele novas bases, pelas quais se expressar como coreógrafo. A qualidade estrófica das letras que acompanhavam a melodia, influenciaram sua escolha nas combinações de movimentos e nos desenhos espaciais.
Ele não tentou em absoluto nenhuma interpretação direta do imaginário, presente nos poemas, mas projetou em forma de dança o ânimo que cada poema evocava.”

Mahmoud Magnânimo!

Outras fontes:


Nota: essa pesquisa foi realizada para apresentação da matéria Criação Coreográfica do curso Técnico em ministrado no espaço Shiva Nataraj Danças e Práticas (http://www.shivanataraj.com.br/)






 

Thursday, July 21, 2011

Desenvolvimento de Espetáculo - O Tema



Passado o 1º Semestre começam os preparativos para a tradicional grande festa de final da escola onde dou aula (Nar Cia de Dança e Arte). Para mim, o semestre mais empolgante e excitante.
Todos os professores se reunem para acordar sobre o tema: esse ano "Danças no Mundo".
A sugestão é dada pela proprietária, que também dirige o espetáculo, mas sempre podemos dar outras idéias. O importante, é sempre dar "amarração" entre as danças para que não fiquem soltas, tornando o show "sem pé nem cabeça"
Tínhamos pensado em outra coisa, mas essa opção nos pareceu mais coerente, pois entre outros motivos, incluindo a "amarração", o intuito é não parecer que estamos fazendo a mesma coisa de outros anos, assim, quem assiste não terá a impressão de já ter visto aquilo antes.
Cada um deveria escolher qual país gostaria de representar através da dança. Também é nesse momento que optamos pela utilização de cenografia, iluminação e outros detalhes de palco. Dessa reunião resulta o orçamento do espetáculo.
Minhas escolhas: Turquia (snujs) e Rússia (Dança do Pavão).
A primeira, porque já venho estudando as bailarinas do lugar (conforme post anterior) e a segunda (pagando a língua de post anterior) por conta da utilização da técnica em ballet clássico pelas bailarinas daquele país.
Apesar das escolhas individuais, a intenção da reunião não é só acertar o tema, mas também trocar idéias e sugestões. Sim, sempre temos algo para compartilhar, mesmo que não seja sua modalidade, como por exemplo Jazz ou Dança de Salão.
Mas esse é apenas o começo. A partir de então, um longo e árduo trabalho começa na medida que temos prazos para entrega de músicas, figurinos e coreografias.
Diria que essa fase é das mais complicadas para mim, uma vez que tenho uma "discoteca" razoável o que torna a escolha das músicas um parto.
Me colocando como exemplo, ao escutar a música, já imagino o palco com a coreografia e figurino e isso deve vir espontaneamente.
Tenho escutado várias coisas, mas ainda não me decidi.
Passado tudo isso, virá a parte mais gostosa: o desenvolvimento coreográfico, mas isso é assunto para outro post.
De qualquer forma, como em todos os anos, a escola irá superar a qualidade visual e técnica, satisfazendo não só nós professores e alunos que participam, como também aqueles que nos assistem.
Foi dada a largada, vai correr junto?









Monday, July 18, 2011

Balanço



O primeiro semestre passou e eu sequer tive tempo de fazer um balanço do que aconteceu.
Nunca é tarde, né?
O começo do ano foi definitivamente a minha volta da licença maternidade. Meu corpo estava melhor, minha cabeça mais resolvida, o Enzo com uma rotina mais fácil.
Estava mais segura com minha dança (o que se mostrou ilusório meses depois), achava que podia fazer o que quissesse, estava me achando. Coitada.
Tinha certeza que era minha volta e que seria triunfal.
Advinha?
O que se seguiram foram sucessões de erros e equívocos que culminaram com a perda de alunas e negócios.
Meu rendimento como bailarina caiu, foi ficando penoso dar aula, nada funcionava. Me envolvi num projeto que não deu certo. Confiança zero.
Resolvi que precisava cuidar mais de mim e menos dos outros, voltei a estudar, percebi que precisava começar tudo de novo.
E foi assim que fechei o semestre com menos mas fiéis alunas, admiradoras de meu trabalho; com uma dança mil vezes melhor; com o corpo mais firme e de repostas mais rápidas, mais feliz com o mundo dançante, com novas parecerias e idéias.
No fim, fiz mais shows nesse semestre que durante todo o ano passado, o que, sem dúvida, ajudou a melhorar a qualidade de minha dança. A prática leva a perfeição.
Até ganhei o curso "Técnico em Dança" do Shiva Nataraj. Chique.
Entendi que nunca é tarde para amadurecer e aprender e que muitas vezes pensamos que o mundo está contra nós quando na verdade nós é que insistimos em rodar ao inverso.
Espero que o balanço do próximo semestre e consequentemente do ano tenha resultado bem mais positivo então, mãos à obra porque ele começou já faz 18 dias!

Tuesday, June 28, 2011

Ainda falando em fusão

De verdade, está começando a me incomodar essa coisa de fusão, mistura, mix, etc... na dança do ventre.
Tenho visto só porcaria, nada que seja de fato resultado de estudo, nada relevante.
Separei alguns vídeos da mais "in" das fusões: o ballet clássico.

Esse com a música do "Lago dos Cisnes". Se aguentar, assista tudo:




Aqui eu não entendi se era Ballet com Dança do Ventgre ou Dança do Ventre com Ballet:





Aí tem a Sabah uma das precursssoras da fusão aqui falada:




Tudo bem ela tem técnica, fez um trabalho decente, reconheçamos.

Mas eu realmente não estou mais suportando essa hstória de misturar tudo. Adoraria ver de novo a dança do ventre atuando no papel principal e não como figurante.
Acho legal usar as outras danças como parte de um processo, usar as técnicas, ouvir as músicas, experimentar. Mas ponto.
Quando assitir um show de dança do ventre quero ver a bailarina dançando o que fui ver e não mostrando como sabe realizar piruetas e chasses. Se souber, que bom, desde que demonstre o quanto seus oitos e tremidos são bem realizados, pode até virar cambalhota que eu não ligo.

Monday, June 27, 2011

A Idade da Bailarina


Bailarina tem idade?
Tem, e as vezes, "várias idades".
Mas a idade é impressa apenas no RG, pois enquanto ela dança, salvo se for muuuuito aparente, dificilmente você saberá qual sua real idade física/cronológica.
Mas também, e daí? O que importa isso?
Eu já me peguei várias vezes falando: "vida de bailarina, modelo e jogador de futebol é curta". Ledo engano.
A bailarina pode dançar aos 8 ou aos 80 que ainda assim será bailarina. Mesmo "mais velha" ainda pode fazer aulas ou dar aulas.
Dançar é uma atividade física como muitas outras, portanto o corpo precisa ter condições para praticá-la e ponto.
Obviamente que se você inicia seus estudos com "mais idade" a resposta do físico será mais lenta e a coordenação motora ficará mais difícil, mas nada impossível.
O que tenho reparado com relação à dança do ventre é que, apesar de grandes nomes da atualidade terem iniciado seus estudos mais cedo, a grande maioria não foi assim. Explico:
Sempre acreditei que para a dança do ventre, é preciso ter certa maturidade não só do corpo, mas da mente. Certamente é uma das atividades mais completas para a mulher, já que transforma não só o físico-mental, mas a vida. Daí porque algumas só procuram a dança depois de casada, com filhos e algumas até com netos. 
Com o passar do tempo adquire mais técnicas, cria seu estilo e se torna confiante. O corpo muda (sim!) e a cabeça também.
Talvez você nem queira mais vestir figurinos ousados, mais decotados e cheios de lantejolas, pois pode ser que tenha voltado seu trabalho para uma dança mais consistente, filosófica e instrutiva.
Mas também pode ser que ainda queira usar tais trajes, e daí?
Você não precisa dançar em boates ou noites árabes para saber que é jovem, até porque, quando for mais "velha" pode ser que nem queira mais isso para você.
Da mesma forma, vejo muitas bailarinas maduras em constante atividade e ninguem, posso garantir, sabe quantos anos elas têm; e nem se importariam se soubessem.
Por isso, dance sempre seguindo seu coração e alma e não conceitos ou pessoas. Não se preocupe com o que vão "pensar de você" porque está mais velha ou "passada". Estude sempre, atualize-se e com certeza dará "mais caldo" que muitas jovenzinhas por aí.

Monday, June 20, 2011

Ousadia Turca


Estou fazendo uma pesquisa sobre as bailarinas de dança do ventre turcas e tenho encontrado coisas bem interessantes (leia-se: para todos os gostos).
Encontrei uma variedade de bailarinas, mas o que mais chamou a atenção, mais que o estilo de dança, foram os figurinos. Mínimos eu diria.
Concentrei meus estudos numa bailarina mais antiga e em duas outras contemporâneas.
Voltando uns anos, mais precisamente nos anos 80, vemos a bailarina Princessa Banu, uma das mais famosas na Turquia e conhecida mundialmente.
Formou-se na escola egípcia, apesar de seus trajes estarem longe de serem egípcios.
Iniciou a carreria em 1976 quando se apresentava no restaurante turco Gallipoli, em Londres, famosos pelos banhos turcos. O local foi palco para várias bellydancers.
Sem dúvida, Pricessa Banu é uma performer, no mais puro sentido.

Com vocês, Pricessa Banu:



Entre as contemporâneas, Asena
Já fez apresentações na Alemanha, Suécia, Holanda e Áustria. Foi convidada para o concerto de Mick Jagger e para a festa de aniversário de Tina Turner e uma noite no palácio britânico com a Rainha Elisabeth. É mole?
Não. Ela dançou durante a visita do ex-presidente americano Bill Clinton à Turquia.
Asena é uma das mais populares dançarinas da Turquia, já que foi apresentadora de programas de televisão no horário nobre da TV turca.
Asena ajudou a elevar a imagem pública da Dança do Ventre com o povo turco, já que todos acreditavam que ela era uma artista e não apenas uma dançarina "barata". Sim, lá eles acham que as bailarinas são indecentes (sic).


Confiram, Asena:


A nova queridinha da cena turca é Didem, que foi por muitos anos dançarina destaque do programa de Ibrahim Tatlises (esse cantor merece um post a parte!).


Foi descoberta num concurso de dança em istambul ainda muito nova. Passou então a integrar o quadro de bailarinas do programa de Ibrahim, onde ficou até 2008.


Miss Didem:




Em minhas pesquisas descobri que o estilo turco é diferente do egípcio, entre outras razões, porque na Turquia não há restrições com roupas ou movimentos durante a dança, assim, tudo é muito livre, desinibido e brincalhão, como eles mesmos dizem.
É nítido o cuidado com a aparência: o corpo é em forma, o cabelo é impecável, a roupa é super bem feita e moderna.
Senti falta das famosas quedas turcas, só vi Pricessa Banu fazendo. Acho que é melhor não, né?
De qualquer forma, o estilo turco é definitivamente bastante diferente do que estamos acostumados a assistir e acreditar como correto, mas pelo que tenho visto nos vídeos e pesquisas, se não me engano tem gente aqui no Brasil fazendo um estilo bem parecido, não?
Eu mesma já fiz shows mais "à vontade" no que diz respeito à dança. Aliás, acho que são minhas melhores performances.
Estudar outros estilos e bailarinas só acrescenta e nos torna melhores, então, lembre-se que quando for estudar "coisas diferentes", esteja desprovida de preconceitos e indignações, pois pode ser que para eles (as) seu estilo não seja aceitável também..

Friday, June 10, 2011

Metamorfose

Nada será como antes.
O minuto passado nunca será igual ao agora.
Os olhos não verão a mesma coisa duas vezes.
O gesto não será repetido.
As pessoas mudam.
A dança sempre se renova.
A mesma coroeografia é executada de diferentes maneiras.
Basta um movimento milimetricamente alterado para que ele não seja igual aquele feito anteriormente.
O passo nunca será aprendido do mesmo jeito.
O público se alterna.
A roupa, mesmo que seja a mesma da outra vez, veste diferente.
A maquiagem borra outras partes.
O corpo responde de outra forma.
Os ouvidos escutam na mesma música outras melodias.
Redescobrimos prazer nas coisas que sempre amamos fazer.
A alma se revigora com o amor dado em troca de nada.
Até o novo se renova.
E assim, a cada dia, vivemos no mesmo mundo, com modos e atitudes diferentes, com as mesmas pessoas, mesmo que elas se pareçam outras.
Seria tão chato se todo dia fosse sempre igual, não é Raul?

"Metamorfose Ambulante" - Raul Seixas

Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

Eu vou lhe desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Monday, June 06, 2011

Belle Epoque - Karina Galasso

Dando continuidade a série "Belle Epoque", trago hoje entrevista-pocket com a super bailarina Karina Galasso.

Karina Galasso


 
Meu cabelo era: Mais liso que hoje, pois fazia coque todos os dias para o ballet.
Meu cabelo é: Complicado! rs. Não obedece com facilidade, mas com o passar dos anos aprendi a domá-lo.

Eu freqüentava balada árabe quando: Nunca! Não tinha idade pra ir pra balada e não podia dormir tarde, pois no dia seguinte tinha aula de ballet.
Eu freqüento balada árabe quando: Qdo tenho show na balada árabe.

Ballet Clássico era: Toda a minha vida, todos os meus dias, todos os meus pensamentos.
Ballet Clássico é: Perfeição em forma de dança. Adoro ensinar!

Fazer show de dança do ventre era: Suuuuuper divertido! Era engraçado, pois eu podia "rebolar"!!!!  Que absurdo, no ballet não podia desencaixar o quadril!
Fazer show de dança do ventre é: Um momento de liberdade de expressão. Meu corpo fazendo o que ele tem vontade de fazer.

Meus figurino seram: Péssimos!!!! Mas eu era muito orgulhosa deles na época, pois era eu quem bordava pedrinha por pedrinha.
Meus figurinos são: Alguns românticos outros um pouco mais ousados, mas hoje, com uma qualidade incomparável.

Casar era: Fora de cogitação!!!! "Ainda vou dançar muito antes de pensar nisso!"
Casar é: MARAVILHOSO! Recomendo!

Khan El Khalili era: Um lugar que eu já ouvi falar que tem dança do ventre.
Khan El Khalili é: Um lugar onde posso dançar e sentir que a minha arte está sendo apreciada de verdade.

Quando eu dançava meu corpo respondia: Muuuito bem... e rápido! Nem precisava repetir. O corpo já entendeu!
Quando eu danço meu corpo responde: Definitivamente não é mais a mesma coisa, mas ele não me deixa passar vergonha, não!

Ser fisioterapeuta era: O meu futuro, a minha profissão, minha carreira.
Ser fisioterapeuta é: Difícil! Profissão pouco reconhecida e muito mal remunerada! Achei melhor dançar!

Dava aula porque: Era divertido! Encontrava toda semana com gente interessante que sempre tinha alguma coisa pra me ensinar e eu aproveitava para tb ensinar alguma coisa pra elas.
Dou aula porque: É divertido! Encontro toda semana com gente interessante que sempre tem alguma coisa pra me ensinar e eu aproveito para tb ensinar alguma coisa pra elas


1996/2011



Karina Galasso
ww.karinagalasso.com.br

Monday, May 30, 2011

A Arte de Ensinar e outras questões


Ai como é difícil, meu Deus!
Primeiro escolhe o tema, o que pode levar semanas.
Daí você vai atrás da música para o tema, uma não, várias. E não quer repitir.
Prepara a sequência, cheia de coisas novas e atuais. Sim, atuais! Porque ninguem quer aprender "coisas do passado".
Arruma a mala e vai....
Chega pelo menos 15 minutos antes do início, prepara a sala, conversa um pouco, coloca as fofocas em dia.
Olha na sala: cadê as alunas???
Ah tá, estão chegando....
Com o maior ânimo começa a dar o alongamento/aquecimento. Super gostoso....
Parte para o tema do dia, seja lá qual for. Por exemplo: oitos (para cima, para baixo, para frente, para trás). É coisa hein!?
Observa as alunas. As reações são das mais diversas: cara de dúvida, cara de alegria, cara de "ok", e a pior: cara de desprezo.
Dar aulas não é das atividades mais fáceis. Digo isso com propriedade de quem já exerceu os mais diversos tipos de profissões: bancária, estagiária, advogada, analista de mercado, secretária, etc...
Sigo um padrão de preparo desde que comecei a lecionar dança do ventre, como podem observar na descrição acima.
Não chego na sala sem saber o que vou dar, nunca! São dias de preparo, semanas. Muito estudo e dedicação. Aposto que isso não ocorre só comigo.
Mas tem dias que realmente nada funciona. Nada colabora.
Está tudo pronto, mas na prática o resultado nem sempre é positivo.
É desde aluna que não vai até som que não funciona. TPM gritando, professora surtando.
E tem sido assim comigo. Estou exausta. Cansada mesmo, tanto física quanto emocionalmente.
As aulas não têm rendido como antes, eu fico mais estressada, meu corpo dói; não durmo direito.
Antes eu falava: legal, hoje vou dar aula.
Hoje eu falo: putz, hoje dou aula....
Voltei a estudar/fazer aula para dar um ânimo e idéias para minhas aulas. Nem isso está adiantando...
Sinto que a insatisfação não é só minha, pois converso muito com outras profissionais. A dança do ventre vem mudando a cada dia com novas inserções ao estilo, novos rostos, novos "porques".
Quem procura a dança do ventre hoje são pessoas diferentes daquelas que procuravam na minha época. Elas querem outras coisas, seguem outros exemplos, dançam diferente, se envolvem de outra maneira.
Fazer o que? Ou você abraça a nova onda ou, definitivamente, vai remar contra a maré....
Mas espera aí! E tudo aquilo que acredita, suas filosofias, suas crenças enquanto profissional? Vai tudo para o lixo?
Já pensei em desistir, mas ainda não é a hora de pendurar as sapatilhas. Preciso me atualizar e mesclar os estilos para não perder minha identidade.
Vou continuar estudando e me aprimorando caso queira oferecer um trabalho à altura da concorrente, porque digno e verdadeiro ele já é!
E quem confiar e acreditar no meu trabalho que me siga, porque o resto, sinceramente, não me interessa mais.

Monday, May 23, 2011

A Fábula da Macaca

Dona Macaca não se chamava Macaca. Ela se chamava Anta.
Dona Anta era uma pessoa tímida, reservada e só queria ficar quieta em seu canto comendo e observando. Sofria bulying dos outros animais, vivia triste e cansada, achando que nunca daria certo na vida.
Mas como todo bom animal que se preze, cansou de ficar nessa vida de mero espectador e resolveu virar o jogo. "Chega de sofrer! Chega de ser "zoada" e maltratada! Agora vai ser minha vez!"
Muito animada e entusiasmada lá se foi a Dona Anta correr atrás de seu prejuízo. Passou então a conviver com o Rei Leão.
Poderoso e muito respeitado, foi ele quem mostrou a ela todos os outros animais, seus modos e costumes, como viviam, o que vestiam, onde passeavam, etc. Ela gostou, lógico.
Era um outro mundo, diferente daquele que ela estava acostumada, lamacento e mal cheiroso. Esse era um mundo onde todos tinham status de mestres e cada um tinha seu espaço respeitado.
Um dia, Rei Leão apresentou a Dona Anta a Madame Gata. Ah que linda, esbelta, ela flutuava enquanto andava. Tudo nela era perfeito, nem precisava se esforçar muito. Dona Anta ficou maravilhada com tanta beleza.
A partir de então, Dona Anta começou a conhecer os outros: O Sr Tigre-Branco, o Mister Pavão, Miss Girafa, e todos os demais.
Sua admiração foi crescendo a cada dia por esses seres. Passou a frequentar o mesmo habitat, comer as mesmas comidas, dormir nos mesmos horários, uma loucura. Era como se estivesse começando a viver naquele momento, como se seu passado não existisse. Pois é....
Por conta disso, um belo dia se esqueceu quem era. Não se lembrava seu nome, não sabia de onde vinha, nem para onde ia. Só conhecia aquele mundo novo e seus  novos "amigos".
"O que vou fazer????", pensou. Resolveu pedir ajuda ao Mestre Urso e foi então que ele lhe disse:
"Você tem frequentado nossas "rodas" com muito entusiasmo e assiduamente. Manifesta-se de maneira ruidosa quando um de nós fazemos o menor sinal ou gesto. Está sempre "pendurada" em um de nós. Lembrei-me agora de um antigo amigo meu que demonstrava seu amor da mesma forma e sugiro então que se chame como ele: Macaco. No seu caso será Dona Macaca, sobrenome Auditório".
E foi assim que Dona Anta se tornou Dona Macaca de Auditório, cuja vida é perseguir outros animais, sem se preocupar quem foi um dia; sem se preocupar com sua personalidade. Ela não sofre mais bullying, em compensação, será uma sombra daqueles que admira. Nunca será um deles e não se importa, desde que fique com eles.
Pergunta: adiantou Dona Anta se tornar Dona Macaca?

Tuesday, May 17, 2011

Saudades

"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já..."
Pablo Neruda


Meu marido foi.
Foi para Alemanha a trabalho e lá ficará por 6 meses.
Fiquei eu e o Enzo, de 1 ano e 7 meses.
Sentimos saudades, todos. Tanto quem foi, quanto quem fica.
É engraçado como a saudade nos transforma. Tráz à tona vários sentimentos escondidos, memórias, impressões; nos faz refletir sobre quem somos.
Eu sinto saudades antigas e atuais.
Eu sinto saudades antigas dos meus avós, da casa de minha avó Emília, da sacolinha verde que meu avô Jair trazia toda a sexta-feira à noite repleta de "bobagens", da escola e da perua escolar, do uniforme, do cheiro do meu lanche, de brincar com meus primos, de passar o Ano Novo em Itanhaém, do sítio em Guaxupé.
E sinto saudades atuais: do meu marido, de quando nos conhecemos, da minha gestação, do nascimento do Enzo, de quando eu ainda era só aluna de dança do ventre.
Mas a saudade dói no começo, dá melancolia, tristeza e às vezes até depressão; depois fica e amortece. Permanece lá, num cantinho e reaparece quando solicitada, como agora. No entanto, revitaliza a alma, nos transforma, cria novos ciclos, nos faz enxergar a vida de forma diferente.
E é ela que revigora o amor. Porque amor você sente e, como a saudade, ele fica lá, aguardando seu chamado.
Hoje, agora, meu amor pelas coisas antigas e atuais que falei está mais presente. Sinto mais, me emociono mais, estou mais viva. Amo ainda mais coisas que eu já amava.

Eu te amo



Friday, May 13, 2011

Problemas no Blogger

Gente amiga

Ontem à tarde escrevi várias coisas aqui no blog e deixei programadas as inserções. O que aconteceu?
O meu queridíssimo servidor Blogger veio e apagou tudinho. E não foi só comigo, vários companheiros blogueiros tiveram seus textos deletados.
Infelizmente (ou felizmente) escrevo conforme as situações aparecem, conforme minha mente trabalha, então não tenho rascunhos de meus textos.
Assim, enquanto eu não resolvo se vou processar o servidor por danos aos direitos autorais, gostaria que me ajudassem.
Qual tema é o mais urgente em termo de dança, cultura e arte?
Não vale os batidos do tipo: tipos de dança, tipos de música, tipos de roupa, tipos disso ou daquilo....
Vamos ser mais profundas, consistentes e filosóficas vai....

Aguardo.....

Monday, May 09, 2011

Belle Époque - Dunia La Luna



Tendo como referência a coluna "Vintage" da revista Serafina do Jornal Folha de São Paulo, resolvi compartilhar com vocês um pouco do perfil de pessoas ligadas à dança.
Para quem não conhece, a coluna faz um "pergunta-e-resposta" baseando-se em momentos passados e presentes.
Minha primeira convidada é a bailarina Dunia La Luna, pessoa que admiro, de quem fui aluna e divido minhas filosofias.
Espero que gostem!

Dunia la Luna:

Eu me vestia: Com pérolas, lantejoulas, saias rodadas e salto alto, pq era a moda, mas na K.K não podia! hahahaha !!!!
Eu me visto: Metais, rendas, tecidos diferentes, pés no chão pq eu prefiro!
Eu comia: muito chocolate, congelados pq nunca soube cozinhar!
Eu como: chocolate e comida de primeira pq casei com um chef de cozinha!
Eu bebia: Vinho, Vódka, Kurassau Blue, Martini o que combinasse com as minhas roupas de balada, hahahaa, lembra Nar?!
Eu bebo: Vinho, suco verde o mais natureba possível e não me importo que não combine com minhas roupas...
Música que embalava meu quadril: George Abdo, Omar Dieb, Ehab Taufk, La Nef, Dead Can Dance
Música que embala meu quadril: Solace, Beats Antique, La Nef, Dead Can Dance
Noite árabe era: Ir no Porta Aberta ver música ao vivo e Soraya Zayed
Noite árabe é: nenhuma.

Minhas alunas me procuravam por que: Porque eu era bailarina da Khan el Khalili, pq eu fazia tremidinho de barriga e tinha um quadrilzão!
Minhas alunas me procuram por que: Porque não sou da Khan el Khalili e tenho uma linha de trabalho direcionada ao Feminino e bem estar da mulher e pq eu tenho um quadrilzão!

Minha filosofia de vida era: Seguir as regras estabelecidas para estar no padrão exigido, com direito à algumas rebeldias!
Minha filosofia de vida é: Ser fiel primeiro a mim mesma, independente das regras ou padrões estabelecidos!


Eu tinha certeza que me tornaria: Uma psicóloga e dançarina do ventre!
Eu me tornei: Uma reeducadora da mulher, terapeuta da dança e dançarina do feminino!
Eu dançava para: Desafiar meus limites, para ter prazer, admiração, crescer e amadurecer!
Eu danço para: Disseminar o aspecto sagrado da vida, exercitar a criatividade, desafiar outros limites ligados às minhas verdades, me tornar mais mulher.
Era feliz por que: Me relacionava com amigas aos montes, morava sózinha, a liberdade era um fator muito presente e para uma solteira a gente sabe o que isso significa! hummm...
Sou feliz por que: Vivo de acordo com meus conceitos de vida saudável (para corpo e espírito!), constituí uma família que compreende e compartilha das minhas idéias de vida e pq hoje desfruto de uma liberdade de aceitar trabalhos que me satisfaçam não só financeiramente mas tb filosoficamente!



Contato e informações:

Wednesday, May 04, 2011

Socorro!




Eu sempre acho que já vi de tudo mesmo.....
Inclusive, esse eu achei que tinha visto mesmo, mas tenho impressão que é do mesmo casal que faz alguma coisa trash com a espada (isso mesmo que está pensando).
Mas não, esse é inédito para meus olhos.
E a culpa novamente não é minha. Dessa vez foi a Karina que compartilhou sua indignação.
Posso chamar de PornoBelly? Por que não? Afinal tem belly tudo hoje em dia, né?





Será que meu marido topa uma dessa?

Monday, April 25, 2011

Eu sou você amanhã




"Meus idolos são aqueles que seguiram o caminho que quero percorrer e que tiveram o futuro que espero ter". João Henrique.

Eu tenho ídolos. Vários. Alguns admiro em tudo o que fazem, outros em algumas coisas.
Antes de dançar eu não tinha ídolos na dança. Mal sabia quem era quem.
Conforme eu me aproximei do mundo dançante, fui me identificando com alguns bailarinos e personalidades do meio.
Desses, metade não dançam mais, outros tantos já não me interesam como antes e alguns ainda são ícones para mim.
Além desses, como meu interesse pela dança é crescente, de modo que vivo pesquisando e fuçando sobre o assunto, frequento os lugares, assisto shows, etc, novas  pessoas acabam despertando meu interesse.
Durante minha fase aluna, sempre fiz aula com quem me identificava. Acabou que eu fiz quase todo meu percurso com a mesma professora.
Fazia aula com ela porque admirava seu trabalho, sua postura profissional, seu jeito de lidar com as adversidades do mundo artístico (que não são poucas), a forma como conduzia a aula.
Me espelhei nela durante toda minha formação.
À parte, fiz aulas com outros professores, que também admiro muito, a fim de agregar repertório, técnicas e outras qualidades.
Dessa forma, não fiquei a "cara" dessa ou daquela pessoa. Me tornei um indivíduo na dança. Todos aqueles que me ajudaram a trilhar meu caminho, hoje fazem parte de mim. Eu tenho todos eles em mim.
Quero deixar bem claro que não parei de estudá-los. Pelo contrário. Ainda estudo e pretendo continuar a estudar por muito tempo. Tenho outros ídolos com os quais ainda não tive oportunidade de aprender.
Por isso, se você tem um ídolo, alguem que admira ou busca imitar, corra trás dele. Faça aulas com ele, assita os shows, pesquise, sugue.
Mas lembre-se: você nunca será ele. Nem queira, eu sou muito mais você.
Outra coisa: nunca esqueça de onde você veio. Seja humilde, solidária, ética. Quem sabe um dia você não se torna ídolo de alguem?

Wednesday, April 20, 2011

A Bailarina e o Caso da Costureira - Parte Final





Lembram disso né?
O clima de mal estar gerado pela absoluta falta de educação da pessoa em questão foi tamanho que eu sequer fui buscar a roupa. Pedi para retirarem para mim.
Querem saber como ficou? A costura é mal feita, não existe acabamento, não há capricho, não há design, a roupa não tem vida. Mas tudo isso já era de se esperar.
Usei a roupa assim mesmo e serei obrigada a usá-la outras vezes. Passado isso, estará a venda...Alguem se interessa?
Encontrei a "dita" no Mercado Persa. Trocamos olhares e foi só, aliás, e foi muito.
Esse assunto será encerrado com esse post, porque, acreditem se quiserem, ainda fui chamada de louca e exagerada por algumas pessoas. Que não é bem assim, coitada, etc...
Também não citarei o nome, afinal, o intuito do blog não é ser Revista Contigo, mas um espaço onde narrarei minhas "aventuras" no mundo da dança.
Espero que a história tenha servido de alerta para você que consome, em especial nesse meio, e não seja vítima de situações embaraçosas como essa.

Monday, April 18, 2011

Impressões




Mulheres, lantejolas, luzes, música, feira, tecidos, comida, fotos, vídeos, acessórios, gente, alfintes, maquiagem, plumas, conversas, danças, escadas, aperto, alegrais, tristezas, admiração, poesia, mal gosto, caras novas, surpresas, decepções.
Tem de tudo um pouco.
Só quem frequenta e participa sabe. Não se pode negar: ainda é e será por um bom tempo o maior evento de dança do ventre da América Latina.
Sábado, dia 16 de abril. Depois de dar aulas na parte da manhã, nos aprontamos para ir até o Sírio. Tudo tranquilo. Chegamos em tempo, fui atendida na hora que cheguei, prometeram o "papel" para assinar em 30 minutos e lá estava ele. Mais trinta e dançaríamos. E assim foi.
Aí vem a parte difícil. A espera pelo resultado é no mínimo angustiante. Mesmo que você saiba qual foi sua colocação, tudo pode acontecer, afinal estamos num concurso cujo resultado é obtido através de notas subjetivas.
A espera foi "amaciada" pelo excelente desfile do Ateliê Simone Galassi e também por algumas apresentações das nossas concorrentes. Tinha muita coisa boa.
No mais, foi tão cansativo, tão estressante, tão desconfortante, que saí de lá com dor de cabeça. Nem preciso dizer que passei uma noite de São Bartolomeu: acordei várias vezes e no meio da madrugada meu estômago parecia gritar.
Domingo, 17 de abril. Acordei  "ressacada" do dia anterior. Mal andava. Achei que não aguentaria mais um dia. Tomei café com meu marido e com meu filho, fiz algumas coisinhas, mal almocei e saí.
Estava certa de que esse seria um dia para "ir à forra" com o dia anterior. Que bom!
Tudo o que não foi feito um dia antes, por uma série de motivos, no domingo consegui fazer.
Fiz contatos, conversei bastante, assisti os shows, ri, fofoquei horrores. Conheci gente que era só virtual!
No geral, achei o evento bem melhor que dos últimos anos. A decoração estava mais bonita, o palco mais neutro, as apresentações foram muito melhores. A qualidade técnica, de figurinos, maquiagem, cabelos, música, foram muito superiores. Quase não vi "bizarrices", salvo uma, que prefiro não comentar.
Ainda assim, mesmo com todos os percalços da participação mais ativa, novamente, aprendi que, se vai participar de qualquer evento:
- deixe tudo pronto uma semana antes para se concentrar somente na sua dança;
- denscanse bastante nos últimos dias; é como vestibular: não adianta estudar de véspera;
- se alimente bem antes e depois. Leve lanche e água;
- nunca menospreze sua concorrente;
- NUNCA MENOSPREZE VOCÊ!

Ano que vem tem mais e eu com certeza irei. Vejo você lá?

Friday, April 15, 2011

Concurso para quê?




Logo que iniciei minha vida como bailarina de dança do ventre experimentei participar do maior concurso de dança do ventre da América Latina.
Advinha? Não passei nem na primeira fase, né?
Na realidade, fui com a cara e coragem, louca para experimentar, para saber quem eram as pessoas, o que tinha naquele mundo tão lúdico.
Fui, vi e não venci. Claro....rs. O que esperar de uma bailarina com pouco mais de 1 ano de dança?
Foi uma experiência no mínimo válida, não se pode negar, mas eu estava mega insegura, dancei uma música que não tinha estudado, menosprezei outras concorrentes (ah sim, porque agente sempre se acha...).
Hoje entendo que meu lugar era e é esse, mas aquele não era o momento de me jogar. Faltava tudo: técnica, malícia, experiência, roupa, maquiagem, cabelo, braço, postura, tudo, tudo.
Só que eu não me frustei nem achei que era o fim do mundo, me coloquei no meu lugar de aprendiz e batalho um lugar ao Sol até hoje.
Em vias de acontecer, lá vem novamente o maior evento da América Latina para colocar a prova milhares de seres dançantes que buscam uma oportunidade, seja ela qual for, entre tantas concorrentes, me incluindo.
Não sei qual será o resultado do concurso, mas com certeza será uma nova experiência, única e valiosa.
Na realidade, vencer ou perder será só uma consequência. O que importa é fazer tudo de acordo com as possibilidades, com os limites, com segurança e confiança.
No mais, todo o resto é pura diversão!
Sucesso para nós!

PS. Sã, lembrei da coreografia de said que fizemos com o Murilo....

Saturday, April 09, 2011

Os Sete Pecados Capitais e a Dança:





1. Gula: consiste em comer além do necessário e a toda hora - já falei sobre isso em post anterior, mas não custa repetir: dançar queima caloria, mas não adianta nada se empanturrar de gordura e acúcares depois;

2. Avareza: é a cobiça de bens materiais e dinheiro - ai, ai, ai, bailarina, não seja mercenária, não tente ganhar em cima dos outros porque uma hora vai acabar sem nada;

3. Inveja: desejar atributos, status, posse e habilidades de outra pessoa - ah, acontece direto! O que tem e bailarina querendo dançar no lugar da outra, pegar alunas, etc, não está escrito;

4. Ira: é a junção dos sentimentos de raiva, ódio, rancor que às vezes é incontrolável - sabe TPM? Então, junte-a com mais alguns ingredientes como a loucura e pronto, lá vai a bailarina enfurecida. Não é porque perdeu o show ou o conurso para a outra que vai se arrancar os cabelos, ou pior, arrancar os cabelos da outra;

5. Soberba: é caracterizado pela falta de humildade de uma pessoa, alguém que se acha auto-suficiente - essa é demias. Já cansei de ver bailarina assim, chega nos lugares e não cumprimenta, não olha nos olhos, passa por você e finge que não te conhece. Qualé?

6. Preguiça: aversão a qualquer tipo de trabalho ou esforço físico - bailarina vamos malhar né? Vamos estudar, aprender coisas novas, nos mexer.

7. Luxúria: apego aos prazeres carnais - é pecado??

PS. Vaidade foi aglutinada num único elemento pelo Papa Gregório I: Soberba.

- Vaidade: preocupação excessiva com o aspecto físico para conquistar a admiração dos outros. Bailarina é assim, se veste, maquia-se, joga os cabelos e passa perfume para chamar a atenção. Só tenha cuidado para não chamar mais a atenção que a própria dança.
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