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Ju Sobral

Blog com informações, dicas e atualidades sobre a dança do ventre, Voltado para alunas, profissionais e curiosos

Friday, November 18, 2016

A Bailarina se torna Mãe (novamente)

Eu já compartilhei aqui minha experiência sobre ser mãe e conciliar esse novo universo no meu mundo profissional e pessoal aqui

Hoje, 7 anos depois, mais velha, com mais experiência no trabalho e outras vivências, novas reflexões e pensamentos tomam conta de mim.

Estou vivendo minha segunda gestação, dessa vez mais o menos planejada, e absolutamente diferente da primeira.

Como a proposta do Blog não é tratar de gestação, então vou me atentar a assuntos relacionados a minha profissão aproveitando o momento para escrever meus pensamentos sobre gestar e trabalhar.

Dança do Ventre, como todos sabem, tem um Universo basicamente feminino (digo isso pois muitos meninos têm se interessado em fazer parte dele), então, podemos concluir que tudo o que for relacionado a esse mundo será sempre bem vindo e aceito por todas as pessoas.

Ledo engano...

Minha cabeça tem girado em torno de pensamentos como:
- Ninguém quer fazer aula com gestante;
- Ninguém contrata gestante para show (sabia que um chá de bebe fica super bacana com uma bailarina grávida dançando?);
- Quando eu parar de dar aula para ficar com meu bebe recém-nascido será que vou conseguir retornar há tempo de ter meu lugar garantido?
- Será que meus alunos estarão lá quando eu voltar?

E daí: Poxa, eu trabalho basicamente com e para mulheres, vivo em torno de mulheres, mas, apesar de ser bem recebida e ter apoio, com relação ao trabalho, muitas dúvida pairam no ar.

Durante minha primeira gestação eu não refleti muito sobre o assunto, na verdade eu tinha pouco tempo para isso, e também não estava inserida no mercado como estou hoje.

E acredito que essas reflexões não permeiam somente as cabecinhas enlouquecidas das grávidas, mas também de mulheres que sonham e querem a maternidade mas pensam em todas essas questões e acabam empurrando a realização para frente, e para frente....

Eu que pensei que somente mulheres que trabalham no mundo corporativo tinham esse "problema". Ledo engano, meu...

De certa forma, se você trabalha no corporativo, com carteira assinada e tals, no mínimo, terá garantida através de estabilidade seu retorno à função.

Não, não. Não vamos discutir isso aqui. Lembre-se: sua profissão é escolha sua. Eu escolhi ser Bailarina e Professora de Dança do Ventre.

Sim, sim. Existem meios de tornar mais segura e estável nossa profissão. Você pode se inscrever no MEI, por exemplo. Recolher o INSS e garantir remuneração no período. 

Tudo bem. Mas e os alunos? E o local onde você trabalha? E o mercado? Se não temos alunos, local para trabalhar e não estamos no mercado (as vezes basta um mês fora do facebook e BOOM - quer ver?). Ser autônomo é isso. Trabalha - ganha. Não trabalha - não ganha.

No fundo, o que mais me deixa melancólica é que faltam oportunidades para a mulher gestante. Falta confiança no trabalho dela. Falta segurança profissional.

E quer saber? Podemos mudar esse paradigma!

- Ninguém quer fazer aula com gestante: Você sabia que durante a gestação é possível dançar quase tudo e que, por exemplo, muitas vezes aquela profissional que executava poucos movimentos lentos e redondos, agora os executa com primazia? 

- Ninguém contrata gestante para show: Sabia que um chá de bebe fica super bacana com uma bailarina grávida dançando?

- Quando eu parar de dar aula para ficar com meu bebe recém-nascido será que vou conseguir retornar há tempo de ter meu lugar garantido? Depois que o bebe nascer tudo pode acontecer. E se o lugar ou lugares onde trabalhava te substituírem, logo arrumará outro para exercer seu trabalho. Não desista!

- Será que meus alunos estarão lá quando eu voltar? O mercado anda sazonal mesmo. Eu, por exemplo, tenho alunos novos e poucos antigos. Eu amo todos e agradeço muito a eles, mas eles não são "meus" - não nesse sentido de posse - se você faz um trabalho bem feito e com amor, eles estarão lá. E se não estiverem, voltarão. E se não voltarem, tudo bem também. Segue o jogo.


Mulher, quer ser mãe, seja. Não coloque tudo no papel. Gestar não é racional, é emocional.

E se seu médico permitir: Dance! Sempre!



*Eu, dançando grávida do Enzo, em julho de 2009 durante festa da Nar Cia de Dança e Arte no Alibabar Itaim.


Beijo e até a próxima

Ju



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